domingo, 28 de novembro de 2010

Interlúdio

A propósito das queen dolls que figuraram anteriormente por aqui, há que registrar que o universo de bonecas é realmente caprichado e fértil quando o assunto é realeza.  E para fazer jus a tamanha proficuidade, pode-se unir duas searas em que criatividade é palavra de lei: a arte das dolls, e a fotografia de moda. 

Aproveito o mote para uma saudável brincadeira visual, a partir das imagens recentemente divulgadas de um ensaio "real" da Vogue Rússia, já da publicação de dezembro de 2010, tendo o excelente Sharif Hamza como fotógrafo. Estrelando a montagem: a modelo Ashley Smith, e as dolls Madame du Barbie (criação de Bob Mackie, de 1997); Barbie Marie Antoinette (2003), Barbie Queen Elizabeth I (2004) e Barbie Empress Josephine (2005), da série Women of Royalty da Mattel; e as Fashion Royalties Vanessa Perrin True Royalty (2006), e Veronique Perrin Queen V (2008), da Integrity Toys. 

God save the queens!!!



À direita: Empress Josephine Barbie (Women of Royalty Series, 2005)


À direita: Queen V Veronique Perrin (Dollybird Magazine Japan Exclusive, 2008)


Abaixo: Queen Elizabeth I Barbie (Women of Royalty Series, 2004)

À direita: Empress Josephine Barbie (Women of Royalty Series, 2005)


À direita: True Royalty Vanessa Perrin (Dealer Exclusive, 2006)



À direita: Madame du Barbie (designer Bob Mackie, 1997)


À direita: Marie Antoinette Barbie (Women of Royalty Series, 2003)


À direita: Queen V Veronique Perrin (Dollybird Magazine Japan Exclusive, 2008)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quando tamanho é documento

Desde que adquiri uma AvantGuard (Freeze Frame, WC Exclusive) tenho experimentado uma espécie de "êxtase dollístico". Eu já conhecia a brand, claro, lançada pela Integrity Toys em mais uma excelentíssima parceria com Jason Wu em 2008, e foi fácil perceber o conceito de 'high fashion' anunciado na apresentação das dolls através das roupas e acessórios, com propostas irreverentes típicas do universo das passarelas de moda, e tecnologia de ponta em todos os detalhes.


On Edge AvantGuard doll: a epítome do 'high fashion'

Mas tão logo tive uma AG em mãos, percebi de fato outras características também alardeadas, insuspeitadamente deleitosas para uma esteta como eu: os tais 21 pontos de articulação, e a proporção absurdamente alongada (com os membros inferiores dominando seus 40 cm de extensão total, contra os 30 cm das bonecas tradicionais), que confere à doll um perfume 'fashion runaway' extra, e um certo ar de exclusividade e surrealismo, que a colocam para além dos simples mortais (ou das tão-somente ordinárias dolls, por assim dizer). Além disso, a doll possui sets extras de pés e mãos com dedos articulados (as mãos e pés que vêm na boneca são definidas pela empresa como "fashion poses" - mãos de dedos médios próximos e extremidades projetadas; e pés em  meia-ponta, na posição de salto alto), multiplicando as possibilidades de criação de poses.





'Strike a pose' (!!) - Godmine, LiveWire e Aphrodisiac AG dolls: amplas possibilidades de exploração das articulações

Outro destaque da linha AG é a face, com maçãs do rosto destacadas, generosos lábios e sobrancelhas arqueadas bem delineadas. Em suma, uma 'fashion face', para booker nenhum botar defeito!

Freeze Frame AG doll

Até o fato da AG ser uma doll careca confere um charme a mais, uma vez que as perucas são intercambiáveis, e há até sets de acessórios com propostas extras de cabelos. Enfim, a brand é uma verdadeira ode à criatividade e poder de customização de colecionadores.


On Edge e Goldmine AG dolls: carecas, mas com perucas intercambiáveis e cheias de glamour !!

Se o Ocidente ainda parece tímido em relação à subversão das medidas tradicionais de collectible dolls (mesmo tendo Jason Wu, natural de Taiwan, como principal diretor criativo, a Integrity só lançou suas "grandonas" bem recentemente, há 3 coleções), o Oriente oferece múltiplas versões de bonecos grandes há muito tempo ("large dolls"). 

Para efeito de comparação: um modelo ABJD (Asian Ball Jointed Doll) classificado como "médio", uma AvantGuard (Attention!), e uma Fashion Royalty (Vanessa Perrin)

Com bonecos que podem chegar a 70 cm ou mais, muitas empresas que produzem as celebradas dolls de junções esféricas (BJD), principalmente chinesas e coreanas, funcionam como verdadeiros "shoppings de customização". Há oferta de tons de pele variados, moldes de face, perucas, pés e mãos que podem ter todos os dedos articulados, além de "apostos" como asas, orelhas élficas, membros biônicos, etc.  O intuito principal é oferecer um produto quase sempre exclusivo, que é 'a cara' do cliente, unindo doses exageradas de proporção e criatividade. 



Ty doll, da chinesa Angell Studio (71 cm): mãos extremamente articuladas


Mortin (60 cm): boneco com asas que podem ser removidas da Doll Leaves, de Hong Kong


Skeleton Wing, aposto de asas- esqueleto para dolls, da norte-americana Xana doll


Markus, da chinesa Ring Doll (63 cm): mão biônica


Membros bem articulados também são o forte de Xavor (60 cm), da Doll Leaves, de Hong Kong


Veias das mãos em destaque no boneco Morgan (70cm), da chinesa LoongSoul


Coté "fashion" na doll Aurora (65 cm), da empresa chinesa DollZone

Se a idéia é exercitar a criatividade e potencializar ao máximo a capacidade inventiva, ter "mania de grandeza" é característica mais do que bem-vinda para qualquer amante de dolls!!




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Os vilões que tanto amamos

Há algumas semanas atrás, tive mais um sonho realizado: a aquisição de uma  Red Queen 2010 Convention Doll, no aristocrático molde da FR Tatyana. Trata-se de uma versão elaboradíssima da Rainha Vermelha de Alice no País das Maravilhas, cujo outfit inclusive traz à minha memória um vestido belíssimo de Alexander Mcqueen, designer que sempre admirei.


Alexander McQueen Prêt-à-porter Winter 2009

Checkmate Red Queen IFDC Convention Doll

O fato é que eu também conhecia a versão de Alice do mesmo souvenir and companion doll set de Convenção, igualmente bonita. Mas fui completamente arrebatada pela elegância madura/malvada/imponente de sua rival, sentimento já evocado anteriormente frente a outras versões de bonecas 'bad girls'.

Falando em Alice, a Mattel também produziu suas versões do clássico de Lewis Carrol, já em 2007. Sua rainha vermelha, mais fiel ao personagem literário, em comparação com a meiga Alice, também possui atributos da mais sofisticada realeza: vestido imponente, detalhes ousados (o esmalte escarlate das unhas é pintado em formato de coração!), e uma expressão facial entre confiante e desafiadora.


Queen of Hearts; Mattel

A histérica Rainha Vermelha também inspirou muitas Tonner dolls, que apresentam desde versões mais tradicionais, passando pela impecável caracterização de  Helena Bonham-Carter para o recente filme de Tim Burton, até versões mais livres, que traduzem bem o estilo do designer.


Queen of Hearts, Tonner

Tim Burton´s Red Queen; Tonner


Queen of Hearts Variant; Tonner


Queen of Hearts Variant; Tonner

Já a Rainha Vermelha da Pullip segue a receita típica da label: vestimenta irreverente, expressão entre ousada e 'meiga', e acessórios finamente trabalhados, em um resultado final que tangencia a proposta da mesma personagem criada pela Integrity Toys.


Pullip Lunatic Alice Queen Doll

Mas não é só de Rainhas Vermelhas que vive o imaginário 'dollístico' . Outra malvada digna de nota é a Bruxa Má (do Oeste e do Leste), grande antagonista de O Mágico de Oz, e que mereceu a atenção esmerada de empresas como Mattel e Tonner, ao lado de Dorothy e seus amigos.


Wicked Witch of the West; Mattel


 Porcelain Wicked Witch of the West; Mattel


Vintage Wicked Witch of the West; Mattel 



Wicked Witch of the East; Mattel 


Margaret Hamilton as The Wicked Witch of the West; Tonner




Wicked Witch of the West variants; Tonner



Wicked Witch of the East; Tonner 

Ainda no terreno das bruxas ou "fadas más", a Tonner Doll Company possui um lindo exemplar da 'fada maléfica' que jogou a maldição de adormecimento na princesa Aurora, no clássico "A Bela Adormecida", de pele tão azeitonada quanto a de sua 'colega do Oeste', em O Mágico de Oz:


Maleficent Sleeping Beauty Evil Mistress; Tonner

Pode-se dizer, de fato, que Robert Tonner é um designer que dedica especial atenção aos vilões, tendo produzido algumas das versões mais interessantes de muitos personagens 'malvados'.  Das sagas de Batman, temos versões ultra sofisticadas para a Mulher-Gato, Hera Venenosa, Arlequina e, como não poderia deixar de ser, o Curinga. Aliás, no tocante a este último vilão, cabe menção honrosa à empresa Hot Toys, baseada em Hong Kong, que confeccionou a última versão cinematográfica do personagem, interpretado pelo saudoso ator Heath Leadger, de uma fidelidade impressionante (qualidade que é a marca registrada dos bonecos licenciados da empresa). 




Catwoman; Tonner


Poison Ivy; Tonner



Harley Queen; Tonner


The Joker; Tonner



The Joker, Dark Knight e Bank Robber Version; Hot Toys

Tonner também produziu versões memoráveis e bastante fiéis dos antagonistas de Harry Potter, especialmente nas variações do personagem de Draco Malfoy.


Voldemort; Tonner



Bellatrix Lestrange; Tonner


Lucius Malfoy; Tonner



Draco Malfoy; Tonner

Um outro "gol de placa" marcado pela Mattel no 'departamento de vilania' diz respeito à doll Medusa, da série Deusas da Fantasia. Ao lado das representações das igualmente belas mas muito mais misericordiosas deusas Afrodite e Athena, Medusa rapidamente tornou-se o grande trunfo da série, mais rara e de incomparável esplendor visual. 


Medusa; Mattel

Um pouco de maldade bem dosada por tanta beleza e perfeição, neste lúdico universo das dolls, só pode fazer bem!!